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O secretário Alex Bousquet anunciou, nesta quarta-feira (29), em entrevista coletiva na sede da Secretaria de Estado de Saúde (SES), a desmobilização dos hospitais de campanha de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nova Friburgo, São Gonçalo e Maracanã. Os três primeiros, que atualmente funcionam como retaguarda da pandemia, serão fechados em 5 de agosto; já os dois últimos, ainda em funcionamento, encerrarão as atividades uma semana depois, no dia 12.
A decisão foi baseada em critérios técnicos e é mais uma fase do planejamento estratégico de enfrentamento à Covid-19 no estado. O secretário reafirmou que as determinações judiciais sobre os hospitais de campanha serão respeitadas e que a desmobilização só ocorrerá quando não houver obstáculos jurídicos.
Segundo Bousquet, o fechamento dos hospitais de campanha não terá impacto no atendimento dos pacientes que necessitam de internação. A rede de saúde referenciada para coronavírus conta atualmente com mais de 900 leitos, número que poderá ser ampliado com o apoio da SES aos municípios.
“Desde o princípio, era previsto que os hospitais de campanha encerrassem as atividades quando houvesse a redução da curva de casos e óbitos e quando a oferta de leitos da rede de saúde existente fosse suficiente. Este momento chegou. O passo foi avaliado em conjunto com técnicos do Governo”, explicou o secretário.
Também participando da coletiva, a secretária Extraordinária de Acompanhamento das Ações Governamentais Integradas da Covid-19, Flávia Barbosa, analisou a evolução do coronavírus no estado do Rio de Janeiro.
“Não podemos pensar no planejamento inicial da pandemia com o conhecimento da doença e do comportamento do vírus que temos hoje. Nossa realidade de queda sustentada de notificações e a baixa taxa de ocupação de leitos no estado, indicativos inclusive da bandeira amarela, de risco baixo da doença, são justificativas técnicas que fundamentam a decisão da SES”, disse.
Os equipamentos dos hospitais de campanha desmobilizados irão reforçar as redes municipais de saúde e possibilitar a abertura de novos leitos. A nova estratégia, que inclui também a pactuação de leitos nos municípios e suporte operacional com profissionais e insumos, direciona para a assistência aproveitando as estruturas das unidades locais, num cenário em que a previsão de uma segunda onda da doença perde força, como explica o médico da SES, Alexandre Chieppe.
“A OMS redefiniu o que chamamos de segunda onda. Trazendo pra realidade do Rio de Janeiro, o que devemos observar será uma extensão da primeira onda, que já aconteceu nas regiões metropolitanas I e II, onde está concentrada 80% da população fluminense. Hoje há uma interiorização do vírus, atingindo uma população bem menor e revelando uma capacidade de resposta da rede pública de saúde maior”, apontou.
Contratos com OSs e pagamento de salários
A entrevista coletiva abordou ainda pontos como contratos da SES com organizações sociais e atraso salarial dos funcionários da rede. Como explicou o secretário Bousquet, a pasta está promovendo um processo de revisão de contratos e somente efetuando o pagamento após comprovada a regularização de cada um. Dos 40 contratos existentes, 38 já tiveram pagamentos realizados, sendo postos em dia. Com os repasses, as OSs podem quitar as folhas salariais.
“Já os salários dos funcionários dos hospitais de campanha do Maracanã e de São Gonçalo, serão pagos diretamente em suas contas correntes. Repassamos R$ 6 milhões ao Tribunal Regional do Trabalho, que depositará os valores para cada trabalhador. Além disso, nosso projeto de lei para que o mesmo procedimento se aplique em outros casos será votado na Alerj na próxima semana, após análise de emendas sugeridas pelos deputados”, explicou.
Fonte: Governo do Estado do RJ