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A Polícia Federal (PF) iniciou nesta quarta-feira (16) a Operação Teatro Invisível 2, sobre uma rede de desinformação que atuava no RJ em períodos eleitorais. Segundo as investigações, os atores contratados para encenar diálogos em locais de grande circulação a fim de influenciar o eleitorado foram pagos com o dinheiro público de contratos de serviços inexistentes.
A investigação busca recuperar cerca de R$ 3,5 bilhões de prejuízo causado aos cofres públicos.
Agentes saíram para cumprir 10 mandados de busca e apreensão — não há ordens de prisão. O prefeito de Cabo Frio, Dr. Serginho (PL), é um dos alvos. A Justiça ainda determinou o bloqueio nas contas dos investigados de valores que somam os R$ 3,5 bilhões e a suspensão das atividades econômicas de 8 empresas.
Também têm mandados de busca 2 candidatos a prefeito derrotados em 2024: o deputado estadual Valdecy da Saúde (PL), que concorreu em São João de Meriti, e Aarão (PP), postulante em Mangaratiba. Rubão (Podemos), que disputou sub judice em Itaguaí, ficou em 1º, mas foi impedido de tomar posse, é outro alvo.
Há ainda mandados contra Davi Perini Vermelho, o Didê (PSDB), presidente do Instituto Rio Metrópole. Em junho de 2020, ao longo da pandemia do coronavírus, Didê chegou a ser preso durante uma operação contra fraude na compra de respiradores pelo governo de Santa Catarina. Ele foi apontado como o dono da empresa responsável pela venda dos aparelhos.
Na casa dele, no Recreio dos Bandeirantes, foi apreendido um relógio avaliado em R$ 39 mil.
O subsecretário de Eventos e Relações Institucionais do RJ, Rodrigo de Castro, é mais um alvo. Em 2020, ele foi investigado no inquérito do QG da Propina.
A PF foi para endereços na capital, Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba e Juiz de Fora.
O g1 tenta contato com a defesa dos investigados.
A 2ª fase da Operação Teatro Invisível mira o financiamento das encenações. A PF descobriu que os atores eram pagos com o dinheiro de contratos genéricos firmados entre prefeituras com aquelas 8 empresas.
O grupo é suspeito de obstrução de justiça, caixa 2, fraude em procedimentos licitatórios e lavagem de dinheiro.
A PF apurou também que o grupo criminoso destruiu provas que poderiam incriminar seus integrantes, as quais estavam armazenadas, principalmente, em meios digitais.
As apurações também trouxeram evidências de que o grupo utilizou recursos não declarados à Justiça Eleitoral, a fim de favorecer candidatos políticos nas eleições de 2024.
“Além disso, observou-se que alguns dos investigados são proprietários de empresas que fraudaram o caráter competitivo de procedimentos licitatórios em quatro municípios RJ (Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba e São João de Meriti)”, afirmou a PF.
“Há novas provas contundentes de atos de lavagem de dinheiro praticados de maneira sistemática pela organização criminosa. O esquema incluía transações ilegais por meio de contas de passagem, uso de dinheiro em espécie, empresas com vasta atividade econômica e a aquisição de bens de alto valor”, descreveu.
Se condenados pelos crimes cometidos, os investigados se sujeitarão a penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 27 anos de reclusão.
Com informações do G1