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Vozes que não se calam no jornalismo esportivo

Dias pesados para quem faz e consome jornalismo esportivo. Entre a noite de quarta-feira, 15, e a manhã de quinta, 16 de maio de 2024, partiram, quase que simultaneamente, três grandes nomes: Washington Rodrigues, o Apolinho, Antero Greco e Sílvio Luiz.

Washington Rodrigues nos deixou aos 87 anos. Narrador icônico do rádio esportivo do Rio de Janeiro, flamenguista declarado e apaixonado. Brilhou especialmente na rádio Tupi. Criou bordões como “Chocolate!”, após uma goleada aplicada pelo Vasco.

Como todo comunicador genial, seus bordões ganhavam as ruas. Chegou a treinar o time do Flamengo em duas ocasiões. O apelido Apolinho veio de um microfone sem fio que usava e dizia ser semelhante ao que os astronautas de uma Missão Apollo utilizavam.

Antero Greco tinha 69 anos. Foi um brilhante jornalista de O Estado de São Paulo que migrou com igual competência para a TV, desde os tempos de TVA, o embrião da atual Espn Brasil. Falava fluentemente italiano e o dialeto napolitano e foi correspondente de muitos veículos da Itália.

Comentava os jogos do Campeonato Italiano na TV Bandeirantes quando era raro ver futebol estrangeiro na telinha. Na Espn Brasil, consagrou o estilo bem-humorado que os colegas de redação conheciam, formando uma dupla sensacional com Paulo Soares. Fomos colegas no Diário Popular, de São Paulo, e pude ver muito do que ele levaria com sucesso para a telinha.

Sílvio Luiz tinha 89 anos. Foi repórter, fez radionovelas e atuou como árbitro de futebol antes de se consagrar como narrador de futebol, com um estilo escrachado na medida certa. Divertido e popular. Criava bordões de estilo radiofônico que emplacavam na TV.

Um deles, o “foi, foi, foi, foi ele”, era uma artimanha para que o repórter pudesse informar quem tinha feito o gol quando ele, Sílvio, não conseguia identificar. Muito antes da onda dos podcasts e programas de perfil descontraído, levava ao ar na TV Record o Clube dos Esportistas, que faria algumas produções atuais soarem pudicas.

Nossa solidariedade às famílias e amigos.

Não há como atenuar a dor da partida.

Mas as obras desses três colegas são eternas para o jornalismo esportivo brasileiro.

Com informações da CNN Brasil

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